A despedida do Macaé no Campeonato Carioca, empatando sem gols contra o Fluminense, contou com a atuação decisiva de um zagueiro nascido em São Gonçalo. Anderson, que voltou ao Alvianil durante o Estadual, foi titular e teve como desafio parar ninguém menos do que Fred. O resultado final no Estádio Elcyr Resende, em Saquarema, teve saldo positivo, segundo o defensor.

– Defender contra uma equipe que tem Nenê, Ganso, Marcos Paulo, Fred… é sempre muito complicado. E eles já vinham de resultado negativo, com pressão, querendo marcar a qualquer curso. Tinha também a pressão do Fred querer o primeiro gol nesse retorno. A tendência era que se tornasse um jogo cada vez mais difícil. Sair zerado é bom. Tivemos chances, eles tiveram mais. Sair sem sofrer gols é sempre muito importante – explica Anderson, que não esconde o carinho pelo Fluminense.
– Quem me conhece sabe que sou tricolor de coração, mas quando estamos dentro de campo isso não influencia. Quando você enfrenta a equipe do coração, quer mostrar mais ainda sua qualidade.
Parar Fred não foi missão das mais fáceis. Anderson apostou na agilidade com o companheiro de defesa André Ribeiro. A leitura de jogo acabou sendo essencial para que o camisa 9 não balançasse as redes.
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– O Fred é muito inteligente. Já havia jogado dois jogos-treino contra. Ele joga impedido o tempo todo, atrás da linha de defesa. Quando o meia levanta a cabeça, ele sai pro combate e sabe usar o corpo. Busca isso para não termos contato com a bola. Como ele já não tem tanta mobilidade, eu tentava sair do corpo e deixar ele dominar. Aí usava a velocidade. Isso que eu e o André tentamos fazer para ganhar na agilidade.
Campanha satisfatória em ano conturbado
No Campeonato Carioca de 2020, o Macaé teve que primeiro superar a Seletiva. Em seguida, a meta passou a ser a manutenção na fase principal. A missão foi cumprida pelo elenco alvianil e comemorada por Anderson.

– Lógico que sempre esperamos um pouco mais, mas com as dificuldades dos últimos dois anos no Macaé, que perdeu ponto na Justiça e foi parar na Seletiva, acredito que ter passado para a fase principal e se manter foi bastante positivo.
Outra situação que ficará marcada para Anderson foi a adequação ao protocolo de prevenção contra a covid-19. O Macaé, por exemplo, teve que ficar cerca de 15 dias concentrado num sítio em Xerém, Duque de Caxias, chegando a realizar cinco testes para detectar possível contaminação no elenco.
– Foi como se fosse uma pré-temporada, com muitos cuidados principalmente nos momentos que antecederam as partidas. Foi muito diferente com esse protocolo do jogo seguro. Fizemos cinco testes de covid-19 e não tivemos folga. Se um cara fica infectado, passa para todo mundo. Os cuidados foram grandes e foram dias importantes.
Valorização, mas futuro indefinido
Na volta do Estadual, Anderson participou das duas partidas do Macaé. Diante do Vasco, entrou na segunda etapa. Contra o Fluminense, ganhou a posição e aproveitou a vitrine de duelar contra um grande clube. O futuro está em aberto.

– São jogos em que você aparece um pouco mais e foi muito importante. Todos abraçaram a ideia. Contra o Vasco não foi como esperávamos, mas contra o Fluminense encaixamos melhor. Foi muito satisfatório. Assimilamos o trabalho que foi proposto.
– Esse ano está muito diferente, atípico. Estamos sem um norte. Temos algumas possibilidades. Antes da pandemia tinham algumas situações que mudaram. É aguardar as próximas semanas para saber se melhora, se normaliza a situação em outros estados. Alguns contatos apareceram nesses dois jogos e essas próximas semanas vão ser decisivas para minha definição – encerrou.