Um dos maiores ídolos da história recente do Itaboraí atende pelo nome de Edu. O atacante vestiu a camisa do Azulão entre 2015 e 2018, totalizando 56 jogos e 31 gols. Viveu glórias, como o título da Série C do Carioca, mas também encarou momentos de estresse, que culminaram em sua saída há dois anos.

Em live com a torcida Legião Azul, via Instagram, Edu (atualmente no Brusque-SC), deu detalhes sobre a série de acontecimentos que resultaram na ruptura com a ADI às vésperas da final da Copa Rio, contra o Americano.
– Não joguei pela questão salarial. Já tinha chegado no meu limite psicologicamente. Todo jogador quer jogar uma final, ainda mais contra o Americano. Eu gostava de jogar esses jogos e era movido por eles, mas a falta de respeito já era tão grande que optei por não jogar para não levar problemas para a comissão. Eu achei o cúmulo do absurdo jogar a semifinal sem almoçar. Ali eu senti que minha era no clube tinha acabado. Cumpri a missão de classificar o clube para um campeonato nacional. Falei com o Soriano (treinador) que precisava seguir minha vida para pagar minhas contas e honrar meus compromissos – explica Edu, que prosseguiu a explicação.
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– Eu lembro como se fosse hoje. É duro falar isso. Na semifinal contra o Friburguense chegamos para almoçar e a comida estava toda azeda. Muitos jogadores jogaram sem almoçar e mesmo assim conseguimos a classificação. E não falamos nada na época para não criar mais problemas. Estou abrindo agora uma situação que era interna naquele ano.
“Pessoas da diretoria não mereciam nosso esforço”
Edu relatou também outros momentos de 2018 em que teve choque de posicionamento com a direção do Itaboraí. Os atrasos salariais, segundo o camisa 9, ultrapassaram os três meses.

– Todo mundo que me conhece sabe que vou defender os jogadores. Tinha que defender os caras que estavam do meu lado o tempo inteiro. Minha decisão de não jogar em alguns jogos foi por isso. Eu achava muita sacanagem as pessoas estarem atrasando nosso salário por dois, três meses, sendo que alguns jogadores não tinham o dinheiro da passagem.
– Mesmo assim conseguimos classificação histórica para Série D do Brasileiro. Chegamos a ficar mais de três meses sem receber, o que nos dava direito de sair do clube, mas quem ficou ali foi homem demais. Honraram a camisa e a torcida. Honraram pessoas da diretoria que nem mereciam nosso esforço ou metade das coisas que estávamos fazendo.
Em Santa Catarina, rotina de gols e título marcante
Atualmente Edu veste a camisa do Brusque (SC). É a segunda passagem do atacante pela equipe do Sul. Por lá, são 25 jogos e 19 gols. Neste ano, conquistou a Recopa Catarinense diante do Avaí, em pleno Estádio da Ressacada.

– Conquistamos o título da Recopa na Ressacada e foi algo histórico. Foi a primeira vez que o Avaí perdeu uma decisão na Ressacada e pude fazer história com meus companheiros no Brusque.
O Brusque está nas quartas de final do Estadual e chegou a vencer o jogo de ida contra o Joinville. A competição, no entanto, foi paralisada novamente em virtude do aumento de casos do novo coronavírus em Santa Catarina. A segunda retomada está prevista para o dia 28.
– Jogamos uma partida contra o Joinville, sem torcida, e é bem ruim. É torcer para as coisas normalizarem rapidamente.